Tuesday, December 18, 2018

Docker: Imagens (muito!) menores com multi-stage-build

Quando se fala em containers no Docker, menos é mais, ou grande significa lento e difícil. Por essa razão, imagens no Docker precisam ser pequenas. A melhor imagem é sempre a menor possível.

É importante perceber que, dependendo da forma como as instruções são colocadas no Dockerfile, a imagem final poderá ser - muito! - maior ou menor.


Multi-stage builds é um novo recurso do Docker disponível a partir da versão 17.05. É uma ferramenta extremamente útil para deixar a imagem que irá rodar aplicação a menor possível. Basicamente, com Multi-Stage Builds nós temos um único Dockerfile com mais de uma instrução FROM. Cada instrução FROM representa um estágio de construção da imagem e pode facilmente copiar artefatos dos estágios anteriores para o atual. Vamos a um exemplo aproveitando um post anterior deste blog.

Diminuindo o tamanho da imagem em 90%

Neste artigo intitulado Hello World Java-Docker, criei uma aplicação java simples e que rodava em container do Docker, sem explorar outros recursos, apenas como uma introdução sobre como rodar o Java no Docker. O arquivo Dockerfile.simple é o que segue:
# constrói uma imagem baseada no openjdk 8
FROM openjdk:8

ADD HelloJavaDocker.class .

ENTRYPOINT ["java", "HelloJavaDocker"]
    
Após gerar o .class pelo comando javac (fora do Docker), construímos a imagem chamada hello-java-docker pelo comando:
$ docker build -f Dockerfile.simple -t hello-java-docker .    
E em seguida criamos o container e rodamos a aplicação:
$ docker run -it hello-java-docker    
A aplicação executa com sucesso dentro da imagem hello-java-docker



Entretanto, ao executar o comando docker images, veremos que a imagem hello-java-docker é incrivelmente grande, possuindo o tamanho de quase 624MB:
rafael@rafael-desktop ~/generalProjects/HelloJavaDocker $ docker images
REPOSITORY          TAG                 IMAGE ID            CREATED              SIZE
hello-java-docker   latest              83ce2e26c600        About a minute ago   624MB
openjdk             8                   c14ba9d23b3a        4 weeks ago          624MB
rafael@rafael-desktop ~/generalProjects/HelloJavaDocker $     
Podemos diminuir esse tamanho, alterando o Dockerfile, dividindo a construção da imagem em dois estágios. Afinal, não precisamos de todo ambiente JDK apenas para um Hello World. Precisamos apenas da versão básica da JRE. Então criamos um arquivo chamado Dockerfile.builders com as instruções que seguem:
FROM openjdk:8 AS Builder
ENV APP_HOME=/root/dev/apps/
WORKDIR $APP_HOME
COPY HelloJavaDocker.java $APP_HOME
RUN javac HelloJavaDocker.java


FROM openjdk:8-jre-alpine
WORKDIR root
COPY --from=Builder /root/dev/apps/HelloJavaDocker.class .
ENTRYPOINT ["java", "HelloJavaDocker"]    
  1. A primeira instrução FROM, para a qual demos o alías de Builder, utiliza a imagem openjdk:8.
  2. Criamos uma variável de ambiente com ENV dentro da imagem
  3. Copiamos o arquivo com o código java para APP_HOME
  4. Dessa vez compilamos a classe dentro do container
  5. O próximo FROM cria uma imagem baseada no JRE Linux Alpine
  6. Copiamos o .class gerado em Builder
  7. Executamos a aplicação
Agora, vamos construir uma imagem chamada chamada hello-java-docker-smaller. Em seguida criamos o container:
$ docker build -f Dockerfile.builders -t hello-java-docker-smaller .
$ docker run -it hello-java-docker-smaller    
O resultado da aplicação é o mesmo. Porém ao rodar docker images, veremos que o tamanho da nova imagem hello-java-docker-smaller é de apenas 83MB. Uma queda no tamanho de quase 90%:
rafael@rafael-desktop ~/generalProjects/HelloJavaDocker $ docker images
REPOSITORY                  TAG                 IMAGE ID            CREATED             SIZE
hello-java-docker-smaller   latest              b5daa3a785c1        3 minutes ago       83MB
                                    c1625c3ad04b        3 minutes ago       624MB
hello-java-docker           latest              83ce2e26c600        6 minutes ago       624MB
openjdk                     8                   c14ba9d23b3a        4 weeks ago         624MB
openjdk                     8-jre-alpine        2e01f547f003        7 weeks ago         83MB
rafael@rafael-desktop ~/generalProjects/HelloJavaDocker $ 
    


"Falando novamente ao povo, disse Jesus: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida."
Jo 8:12


       

Sunday, November 25, 2018

Máscaras no JasperReport: o jeito certo

Durante o desenvolvimento de relatórios, um trabalho para o qual geralmente é relegado menor prioriade e que, portanto, ao final costumam ser feitos na base da gambiarra, são as máscaras dos campos.

É bastante comum soluções que colocam toda lógica de formatação do valor do campo de texto dentro do próprio campo de texto, como no screenshot abaixo tirado do editor de expressão do JasperStudio:


O código da expressão na imagem é o que segue:
 ($F{telefoneEmpresaAdm} != null && $F{telefoneEmpresaAdm}.length() == 13) ? 
 ("(" + ($F{telefoneEmpresaAdm}.substring(0,4).trim()) + ") " + $F{telefoneEmpresaAdm}.substring(4,9) + "-" + $F{telefoneEmpresaAdm}.substring(9,13)) : 
 ($F{telefoneEmpresaAdm} != null && $F{telefoneEmpresaAdm}.length() == 12) ? 
 "(" + (($F{telefoneEmpresaAdm}.substring(0,4).trim())+ ") " + $F{telefoneEmpresaAdm}.substring(4,8) + "-" + $F{telefoneEmpresaAdm}.substring(8,12)) : 
 ${telefoneEmpresaAdm}
    
Tudo isso dentro de um mísero campo de texto!

Esse código representa a lógica para criar a máscara para um campo de texto cujo conteúdo é um número de telefone. Esta lógica supostamente atende aos diversos cenários em que um número de telefone pode ocorrer: celular ou fixo? contém DDD? em algumas cidades do Brasil o número do  telefone fixo tem mais dígitos do que outras, etc.

Essa abordagem pode até resolver o problema no curto prazo, mas obviamente não é uma boa solução em termos de manutenção do projeto porque a lógica de formatação fica espalhada nos campos. Em projetos com dezenas ou até centenas de relatórios, essa estratégia se torna inviável.

A solução ideal é centralizar tais tarefas em um único local, de modo que todos os relatórios busquem alí a máscara para um respectivo campo. Esse local é uma classe com dezenas de métodos estáticos cada um contendo uma lógica de formatação para um determinado tipo de campo e cenário. Podemos inclusive invocar esses métodos a partir da template .jrxml, seja em produção ou em teste.

Projeto de Exemplo

Para exemplificar esta abordagem criamos um projeto que chama um relatório cuja fonte de dados é um banco de dados relacional. Para criar e popular o banco de dados, execute o seguinte script SQL (o banco de dados que utilizo neste exemplo é o MySQL):
create database if not exists bancoDeDados;
use bancoDeDados;
create table if not exists algumaEntidade(cep varchar(255), 
            telefone varchar(255), 
            data date, 
            valor decimal(5,2), 
            cpf varchar(255));
                                 
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');
insert into algumaEntidade values ('15015015','1234567890', '2000-10-25', 55.35, '89340813502');    
Nesse script criamos colunas com tipos de dados que aparecem com frequência em qualquer relatório e sempre requerem algum tipo de máscaras formatação.

A classe Mascaras assume a responsabilidade de controlar toda lógica de geração de máscaras para todos os relatórios do projeto:
package main;

import java.math.BigDecimal;
import java.sql.Date;
import java.text.DecimalFormat;
import java.text.DecimalFormatSymbols;
import java.text.NumberFormat;
import java.text.ParseException;
import java.time.LocalDate;
import java.time.format.DateTimeFormatter;
import java.util.Locale;

import javax.swing.text.MaskFormatter;

public class Mascaras {

 public static String getDataAtualCompleta() {
  
  DateTimeFormatter dtf = DateTimeFormatter.ofPattern("dd 'de' MMMM 'de' yyyy", new Locale("pt", "BR"));
  
  LocalDate hoje = LocalDate.now();
  return dtf.format(hoje);
 }
 
 public static String getCEP(String cep) {
  
  try {
   MaskFormatter mask = new MaskFormatter("#####-###");
   mask.setValueContainsLiteralCharacters(false);
   return mask.valueToString(cep);
  }
  catch (ParseException ex) {
   ex.printStackTrace();
   return null;
  }
 }
 
 public static String getTelefone(String telefone) {
  
  try {
   String pattern = null;
   
   if(telefone.length() == 10) 
    pattern = "(##) ####-####";  //fixo com ddd   
   
   else if(telefone.length() == 11)
    pattern = "(##) #-####-####"; // celular com ddd
   //else if... outros formatos
   
   MaskFormatter mask = new MaskFormatter(pattern);
   mask.setValueContainsLiteralCharacters(false);
   return mask.valueToString(telefone);
  }
  catch (ParseException ex) {
   ex.printStackTrace();
   return null;
  }
 }
 
 public static String getDataSimples(Date date) {
  
  DateTimeFormatter dtf = DateTimeFormatter.ofPattern("dd/MM/yyyy", new Locale("pt", "BR"));  
  LocalDate hoje = date.toLocalDate();
  return dtf.format(date);
 }
 
 public static String getCPF(String cpf) {
  
  try {
   MaskFormatter mask = new MaskFormatter("###.###.###-##");
   mask.setValueContainsLiteralCharacters(false);
   return mask.valueToString(cpf);
  }
  catch (ParseException ex) {
   ex.printStackTrace();
   return null;
  }
 }
 
 public static String getValorMonetario(BigDecimal valor, boolean usaSimboloMoeda) {
  
  NumberFormat format = NumberFormat.getCurrencyInstance(new Locale("pt", "BR"));
  
  DecimalFormatSymbols dfs = ((DecimalFormat)format).getDecimalFormatSymbols();
  
  if(!usaSimboloMoeda)
   dfs.setCurrencySymbol("");
  
  ((DecimalFormat)format).setDecimalFormatSymbols(dfs);
  
  return format.format(valor);  
 }
}    
Em seguida temos a template jrxml que representa o modelo do relatório. Ela contém a query que busca os dados no banco de dados que criamos:
<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>

<jasperReport name="TesteMascaras">
  
 <queryString language="SQL">
 
  SELECT algumaEntidade.cep,
   algumaEntidade.telefone,
   algumaEntidade.data,
   algumaEntidade.valor,
   algumaEntidade.cpf
  FROM algumaEntidade
 
 </queryString>
 
 <field name="cep" class="java.lang.String"/>
 <field name="telefone" class="java.lang.String"/>
 <field name="data" class="java.sql.Date"/>
 <field name="valor" class="java.math.BigDecimal"/>
 <field name="cpf" class="java.lang.String"/>
 
 <variable name="somaValor" class="java.math.BigDecimal" calculation="Sum">
  <variableExpression>$F{valor}</variableExpression>
 </variable>
 
 <title>
  <band height="46"  >
   <staticText>
    <reportElement x="29" y="8" width="180" height="30" />
    <textElement>
     <font isBold="true"/>
    </textElement>
    <text>MÁSCARAS</text>
   </staticText>
   <textField>
    <reportElement x="370" y="8" width="175" height="30" />
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getDataAtualCompleta()</textFieldExpression>
   </textField>
  </band>
 </title>
 <columnHeader>
  <band height="61"  >
   <staticText>
    <reportElement x="0" y="0" width="80" height="30" />
    <text>cep</text>
   </staticText>
   <staticText>
    <reportElement x="90" y="0" width="78" height="30" />
    <text>telefone</text>
   </staticText>
   <staticText>
    <reportElement x="180" y="0" width="100" height="30" />
    <text>data</text>
   </staticText>
   <staticText>
    <reportElement x="422" y="0" width="100" height="30" />
    <text>valor</text>
   </staticText>
   <staticText>
    <reportElement x="297" y="0" width="100" height="30" />
    <text>cpf</text>
   </staticText>
  </band>
 </columnHeader>
 <detail>
  <band height="40"  >
   <textField>
    <reportElement x="0" y="0" width="80" height="30" />
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getCEP($F{cep})</textFieldExpression>
   </textField>
   <textField>
    <reportElement x="90" y="0" width="85" height="30" />
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getTelefone($F{telefone})</textFieldExpression>
   </textField>
   <textField>
    <reportElement x="180" y="0" width="100" height="30" />
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getDataSimples($F{data})</textFieldExpression>
   </textField>
   <textField>
    <reportElement x="422" y="0" width="100" height="30" />
<!--     podmeos inclusive passar parametros que não sejam o campo $F, neste caso passomos um boolean literal -->
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getValorMonetario($F{valor}, false)</textFieldExpression>
   </textField>
   <textField>
    <reportElement x="297" y="0" width="100" height="30" />
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getCPF($F{cpf})</textFieldExpression>
   </textField>
  </band>
 </detail>
 <summary>
  <band height="44"  >
   <textField>
    <reportElement x="410" y="7" width="134" height="30" />
    <textFieldExpression>main.Mascaras.getValorMonetario($V{somaValor}, true)</textFieldExpression>
   </textField>
  </band>
 </summary>
</jasperReport>
    
E a classe Main que inicia a aplicação e chama o relatório:
package main;

import java.io.InputStream;
import java.sql.Connection;
import java.sql.DriverManager;

import net.sf.jasperreports.engine.JasperCompileManager;
import net.sf.jasperreports.engine.JasperFillManager;
import net.sf.jasperreports.engine.JasperPrint;
import net.sf.jasperreports.engine.JasperReport;
import net.sf.jasperreports.view.JasperViewer;

public class Main {

 public static void main(String[] args) throws Exception {

  String url = "jdbc:mysql://localhost/bancoDeDados?useSSL=true&serverTimezone=UTC&user=root&password=root";

  Class.forName("com.mysql.cj.jdbc.Driver");
  
  try (Connection conn = DriverManager.getConnection(url);) {

   InputStream stream = Main.class.getResourceAsStream("TesteMascaras.jxml");
   
   JasperReport jasper = JasperCompileManager.compileReport(stream);
     
   JasperPrint print = JasperFillManager.fillReport(jasper, null, conn);
   
   JasperViewer viewer = new JasperViewer(print);
   viewer.setVisible(true);
  }
 }
}    
O resultado é o relatório com os campos devidamente formatados abaixo.


Esse é o padrão correto para criação de máscaras em relatórios no Java.

"Assim diz Javé dos exércitos: Neste lugar agora arruinado, sem gente e sem criações, e também em todas as suas cidades haverá pastagens, onde os pastores farão suas ovelhas repousar."
Jr 33,12


       

Monday, November 19, 2018

Livro "A Philosophy of Software Design" de John Ousterhout

No livro A Philosophy of Software Design de John Ousterhout, o autor dedica várias páginas sobre comentários nas classes. Pode parecer apenas uma distração enfadonha, até você se dar conta de que comentários são a pedra angular para um conjunto de boas práticas no desenvolvimento de software.

Ousterhout apresenta algumas convenções para fazer comentários, dentre essas ele recomenda que a primeira coisa que você deve fazer ao criar uma classe é escrever comentários, os quais se dividem em dois tipos: alto-nível e baixo-nível.

Comentários de alto-nível são sobre a finalidade da classe e sua relação com outras classes. Esse tipo de comentário deve resumir tudo o que alguém precisa saber sobre a classe, exceto detalhes de implementação.

Comentáros de baixo nível são aqueles espalhados pela classe, devem funcionar como uma lanterna, cuja finalidade é esclarecer o como e o porquê - desde que o código não esteja claro o suficiente para responder a isso por si só.

Abordagem interessante.


Friday, November 16, 2018

Hello World Java-Docker

Docker é um software que cria, gerencia e coordena containers. Containers por sua vez são processos que rodam dentro do Docker. Exemplos de containers são:
  • Wildfly JBoss 
  • MySQL
  • Linux Ubuntu
  • Ruby
  • Windows Nano
  • React NPM
  • JDK 6, 7, 8 etc.

Diferentemente dos processos que executam isoladamente em sistema operacional qualquer, os quais são compilados para executar somente naquele ambiente e ainda podem demandar outras instalações e configurações a parte, os containers são extremamente portáveis e rodam sobre uma imagem que representa o ambiente completo requirido para que aquele processo execute com sucesso.

Uma imagem no Docker é uma definição estática e imutável de todo um ambiente de execução.

Já o container é uma instância (em execução ou parada) de uma imagem. No Docker, containers estão para uma imagem assim como objetos estão para uma classe no Java.

Uma vez que containers não são instalados diretamente no sistema operacional local, nem suas dependências, que podem ser muitas, o maior benefíco do Docker é a portabilidade, já que um container pode executar em qualquer outro sistema operacional que tenha o Docker instalado.

O maior benefíco do uso de containers é a portabilidade

Hello World da Imagem Open JDK 10




Neste exemplo introdutório criamos uma classe chamada HelloJavaDocker que vai executar no container chamado hello-java-docker criado a partir da imagem Open JDK 10:

public class HelloJavaDocker{

    public static void main(String[] args){

        System.out.println("HELLO WORLD FROM JAVA DOCKER IMAGE!! *************\n\n");
    }
}

Compile a classe e gere o arquivo HelloJavaDocker.class:

$ javac HelloJavaDocker.java

No mesmo diretório no qual se encontra o arquivo HelloJavaDocker.class, crie um arquivo chamado Dockerfile. Este arquivo contém as instruções sobre como executar a classe HelloJavaDocker em qualquer lugar:

# imagem
FROM openjdk:10

# ADD recebe 2 parametros
# 1) fonte para adicionar na imagem; 2) localização do fonte dentro da imagem
ADD HelloJavaDocker.class .

# diz ao Docker como executar o fonte
ENTRYPOINT ["java", "HelloJavaDocker"]


Construindo a Imagem e Rodando o Container

Caso você não tenha o docker instalado na sua máquina, você pode baixá-lo, no Linux, pelo seguinte comando:
    
        $ wget -qO- https://get.docker.com/ | sh
    
Para versões a partir do Windows 10 (64bit) você pode baixar o executável na página oficial do Docker.

A maioria das operações no Docker se resumem a 2 passos:
  1. Construir a imagem, comando docker build
  2. Rodar o container, comando docker run

Para construir a imagem OpenJDK, vá para o diretório onde se encontra o arquivo Dockerfile e HelloJavaDocker.class e execute o seguinte comando:
    
        $ ls
        Dockerfile  HelloJavaDocker.class  HelloJavaDocker.java
        $ docker build -f Dockerfile -t hello-java-docker .
    

A opção -f  (file) recebe como argumnento a localização do Dockerfile.

A opção -t (tag) recebe como argumento o nome que daremos ao container e já cria uma instância baseada nessa imagem.

Agora execute a instância da imagem, que é o container hello-java-docker:
    
        $ docker run -it hello-java-docker
    


A classe HelloJavaDocker executou dentro do container hello-java-docker baseado na imagem Open JDK 10. 

Repare que nem sabemos se o Java está instalado e configurado no host local, pode ser sim, pode ser que não... Isso é indiferente! (na verdade o Java está instalado porque compilamos a classe fora da imagem, porém também poderíamos compilar o arquivo .java dentro do Docker)

Referências:
krammark23 Youtube
Docker Deep Dive, Nigel Poulton (2016)

       

Tuesday, October 16, 2018

Modular Projects no NetBeans 9.0

NetBeans 9 é a primeira release desde que a IDE passou a fazer parte da família Apache, cujo nome oficial agora é Apache NetBeans.

O NetBeans 9 também é a primeira versão desta IDE a conter suporte para o sistema de modularização da plataforma java, recurso que foi incluido a partir da versão 9 do java. Um módulo na plataforma Java consiste em:
  • Uma coleção de pacotes
  • Uma lista de quais pacotes estarão acessíveis para outros módulos
  • Uma lista de todos os módulos dos quais o módulo atual depende
Um módulo, portanto, pode controlar seletivamente quais pacotes estão disponíveis, isso reforça o encapsulamento e o gerenciamento de dependências, evitando problemas recorrentes na configuração do class path de seu projeto, tais como classes duplicadas ou não encontradas (ClassNotFoundException).



Java Modular Project

O NetBeans 9 apresenta uma nova opção de projeto, que é o Java Modular Project.
Caso queira modularizar sua aplicação, você deve escolher essa opção ao criar um novo projeto. 


Vamos criar um novo Java Modular Project que faz uso do módulo java.xml.bind, popularmente conhecido como JAXB API, ou seja, nosso projeto de exemplo converte uma classe java em um arquivo xml (você pode conferir todos os módulos disponíveis no javadoc do Java 10). Clique em Next e dê o nome ao novo projeto de JavaModular.

Clique com o botão direito na raiz do projeto JavaModular, navegue por new / module:


Dê o nome ao novo módulo de modular.test. (nomes de módulo devem ser globalmente únicos, a melhor forma de garantr isso é utilizar a mesma abordagem para nomeação de pacotes). O NetBeans já cria automaticamente o arquivo de configuração obrigatório em todos os módulos, chamado de module-info.java.

Clique com o botão direito no módulo que você acabou de criar e adicione um novo pacote chamado com:


Repare na estrutura do projeto. No pacote com vamos criar a classe Pais, que será convertida em um arquivo XML:
package com;

import javax.xml.bind.annotation.XmlAccessType;
import javax.xml.bind.annotation.XmlAccessorType;
import javax.xml.bind.annotation.XmlElement;
import javax.xml.bind.annotation.XmlRootElement;

@XmlRootElement
@XmlAccessorType(XmlAccessType.FIELD)
public class Pais {
 
 @XmlElement
 private String nome;
 @XmlElement
 private double area;

 public Pais() {
 }

 public Pais(String nome, double area) {
  this.nome = nome;
  this.area = area;
 }
    //getters e setters...

Ao criar as delcarações de import para os pacotes javax.xml, ocorre um erro de compilação, package javax.xml.bind.annotation is not visible. Isso porque esses pacotes estão em um módulo separado. Precisamos declarar explicitamente no arquivo module-info que nosso módulo modular.test precisa desses pacotes, os quais pertencem ao módulo java.xml.bind. Para isso utilizamos a palavra chave requires dentro do arqivo de configuração do módulo:

module modular.test{
 
    requires java.xml.bind;

}

Agora no pacote com crie a classe Main na qual instanciaremos um objeto da classe Pais:
package com;

import javax.xml.bind.JAXBContext;
import javax.xml.bind.JAXBException;
import javax.xml.bind.Marshaller;

public class Main {

 public static void main(String[] args) throws JAXBException {
 
  Pais brasil = new Pais("Brasil", 8_600_000);
  JAXBContext context = JAXBContext.newInstance(Pais.class);
  Marshaller m = context.createMarshaller();
  m.setProperty(Marshaller.JAXB_FORMATTED_OUTPUT, true);
  m.marshal(brasil, System.out);
 }
}

Até aqui vimos claramente como a modularização reforça o encapsulamento. Um módulo só pode acessar pacotes explicitamente exportados por outros módulos, ou seja, só conseguimos usar as classes do pacote java.xml.bind porque o módulo java.xml exporta tais pacotes. Por exemplo, se quisermos que o pacote que acabamos de criar com esteja disponível para uso em outros módulos, então no arquivo module-info adicionamos a declração exports para esse pacote:

 exports com;

Reflection API em Módulos

Outro ponto interessante a notar é que frameworks de mapeamento como o JAXB, que estamos usando neste exemplo, ou o JPA, que mapeia classes Java para tabelas no banco de dados, entre outros,  utilizam a API Reflection para fazer o mapeamento das propriedades das classes, mesmo que essas propriedades sejam privadas. Em um ambiente modular, tentar acessar campos privados via reflection não é 100% garantido. Sim, isso significa que um sistema desenvolvido no Java 8 (ou mais antigo) que faz uso de APIs como JAXB, JPA ou outros frameworks que utilizam extensivamente a API Reflection, pode não rodar no ambiente Java 9 (ou mais novo).

Tente executar a classe Main e comprove. Uma exceção é lançada porque o JAXB tenta acessar os campos privados da classe Pais via reflection.

Para liberar o acesso via reflection não basta exportar sua classe, é necessário utilizar a declaração opens para determinada classe ou pacote. O arquivo module-info portanto deve ficar como segue:
module modular.test {
    exports com;
    requires java.xml.bind;
    opens com;
}

Agora sim podemos executar a classe Main. Ela imprime na tela a o objeto Pais no formato xml:
<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<pais>
    <nome>Brasil</nome>
    <area>8600000.0</area>
</pais>

         

Monday, October 1, 2018

AWS-EC2: Acessando Windows a partir do Linux

Após criar e lançar uma instância Windows na AWS, para acessá-lá a partir de um Linux, os seguintes passos são requeridos:

  1. Adicionar no security group da instância Windows uma regra interna (inbound rule) para permitir acesso remoto usando o protocolo RDP (Remote Desktop Protocol);
  2. Ainda no security group, liberar a origem do acesso remoto para seu próprio IP ou qualquer outro;
  3. Na máquina Linux instalar o software Remmina para o acesso remoto.

Configurando o Security Group

Por padrão, Security Groups não permitem acesso remoto pelo protocolo RDP. Você precisa criar uma regra interna liberando esse processo a partir de um ou qualquer endereço IP.

No console de administração da AWS, edite o Secutity Group da instância Windows para a qual você quer liberar o acesso remoto. Como na imagem abaixo, na combobox type selecione RDP e em source, qualquer IP. Salve esta configuração.



Instalando e configurando Remmina

Livre de licensas, Remmina é um cliente de desktop remoto para Linux semelhante ao TeamViewer. O Remmina suporta os protocolos  RDP, VNC, NX, XDMCP, SSH e Telepathy; ele também mantém a lista dos desktops remotos que você acessou.

Para instalar o Remmina execute
  sudo apt install remmina
    
Algumas versões estão vindo sem o protocolo UDP, se for o seu caso, ao invés da opção acima, você pode tentar instalar o remmina com o seguinte comando:

sudo apt-get install remmina remmina-plugin-vnc remmina-plugin-rdp

Após instalar, abra o remmina e clique em new:



Na janela que vai abrir, você deve informar os dados de acesso da instância Windows:

  • Em protocol, selecione RDP
  • Em server, coloque o IP público da instância Windows e o número da porta 3389, no formato <numero_ip_publico>:3389
  • O nome do usário, geralmente Administrator
  • A senha de acesso
  • E o DNS público da instancia, algo como ec2-177-29-159-173.sa-east-1.compute.amazonaws.com


Na aba advanced, você encontra algumas opções Qualidade, Som. Qualidade de imagem menor, pode resultar em um ganho de velocidade. Se preferir, pode deixar como está:




Na aba SSH, mantenha desmarcada e opção Enable SSH tunel:


Dê um nome para sua conexão, no meu caso AWS Windows 2016, e salve-a. 

Agora selecione a conexão que você acabou de criar, botão direito do mouse, e clique em conectar:


O remmina exibe o desktop remoto com o qual você acabou de se conectar:



       

Tuesday, September 18, 2018

Microserviços com o PayaraMicro: parte 1

Microserviços constituem uma abordagem arquitetural para sistemas distribuíudos. O objetivo dessa arquitetura é promover o maior desacoplamento possível, de modo que cada serviço seja um sistema menor com seu próprio ciclo de vida, evitando assim armadilhas comuns em sistemas monolíticos maiores, tais como o aumento exponencial e descontrolado da complexidade e a consequente dificuldade de manutenção a medida em que novas funcionalidades vão sendo incorporadas. Empresas como Amazon e Netflix têm se destacado por promover e usar a arquitetura de microserviços em suas próprias plataformas. A comunicação entre os diferentes serviços geralmente é feita via web-services REST.

Microserviços no JavaEE

A iniciativa Eclipse MicroProfile  surgiu em 2016 e reúne grupos de usuários e as empresas que distribuem os principais containers JavaEE como WildFly (Red Hat), WebSphere (IBM), TomEE (TomiTribe) e Payara (antigo GlassFish). O objetivo da iniciativa é otimizar a plataforma JavaEE para o uso da arquitetura de microserviços, criando novos recursos e funcionalidades para isso.

A especificação Eclipse MicroProfile (atualmente na versão 2.0) define uma plataforma de tamanho reduzido para desenvolver microserviços utilizando as principais APIs JavaEE. Portabilidade, menos configuração e simplificação do processo de deploy também são um requisito. Todos os containers microprofile devem conter as seguintes especificações JavaEE:
  • JAX-RS 2.0
  • CDI 1.2
  • JSON-P 1.0 

Payara Micro


Neste artigo exploramos o Payara MicroProfile, o qual, como vimos, é compatível com a especificação Eclipse MicroProfile. Não confunda o Payara Micro com o Payara Server Full, que é o container tradiconal e maior, contendo toda API JavaEE bem como o console de administração.

O Payara Micro compõe um arquivo .jar de 70MB, não é necessário instalação, configuração, nem nenhuma escrita de código. Para subir o Payra Micro apenas execute o arquivo .jar passando como parâmetro o arquivo .war do serviço. Você pode baixá-lo aqui.

Como exemplo, vamos criar um serviço chamado BookService. Esse serviço acessa a base de dados e fornece uma lista de livros disponíveis para outra aplicação que acessa o serviço. Você pode escolher o banco de dados que mais lhe convier, neste exemplo utilizamos o MySQL. A IDE utilizada é o Eclipse JavaEE Photon.

O código fonte do projeto completo está disponível no github.

Crie um banco de dados chamado Livros.

Abra o Eclipse e crie um novo projeto MAVEN com o nome de BookService. No Arquivo pom.xml adicionamos as dependencias do mysql-connector e javaEE 8 API como segue:

<project xmlns="http://maven.apache.org/POM/4.0.0"
 xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"
 xsi:schemaLocation="http://maven.apache.org/POM/4.0.0 http://maven.apache.org/xsd/maven-4.0.0.xsd">
 <modelVersion>4.0.0</modelVersion>
 <groupId>BookService</groupId>
 <artifactId>BookService</artifactId>
 <version>1.0</version>
 <packaging>war</packaging>
 <properties>
  <maven.compiler.source>1.8</maven.compiler.source>
  <maven.compiler.target>1.8</maven.compiler.target>
  <project.build.sourceEncoding>UTF-8</project.build.sourceEncoding>
  <project.reporting.outputEncoding>UTF-8</project.reporting.outputEncoding>
 </properties>
 <dependencies>
  <dependency>
   <groupId>javax</groupId>
   <artifactId>javaee-web-api</artifactId>
   <version>8.0</version>
   <scope>provided</scope>
  </dependency>
  <!-- https://mvnrepository.com/artifact/mysql/mysql-connector-java -->
  <dependency>
   <groupId>mysql</groupId>
   <artifactId>mysql-connector-java</artifactId>
   <version>8.0.12</version>
  </dependency>
 </dependencies>
</project>

Agora clique com o botão direito na pasta raiz do projeto. Navegue por Java EE Tools e depois selecione Generate Web Deployment Descriptor:


A importância do arquivo web.xml neste projeto será crucial. Tradicionalmente, aplicações Java EE definem o datasource no próprio servidor de aplicação seja via console admin ou por algum cliente em linha de comando. Com microserviços, convém utilizar uma outra variante. Vamos definir o datasource na própria aplicação e, mais ainda, podemos disponibilizar esse datasource para outros serviços. Isso é possível desde que usemos um JNDI válido para o datasource contendo o namespace java:global. Portanto nosso web.xml fica como segue:

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<web-app xsi:schemaLocation="http://xmlns.jcp.org/xml/ns/javaee http://xmlns.jcp.org/xml/ns/javaee/web-app_3_1.xsd" 
         version="3.1" xmlns="http://xmlns.jcp.org/xml/ns/javaee" xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance">
    <session-config>
        <session-timeout>30</session-timeout>
    </session-config>
    <data-source>
        <name>java:global/livrosDataSource</name>
  <class-name>com.mysql.cj.jdbc.MysqlXADataSource</class-name>
        <server-name>localhost</server-name>
        <port-number>3306</port-number>
        <database-name>Livros</database-name>
        <user>root</user>        
        <password>km02h5</password>
        <property>
         <name>serverTimezone</name>
         <value>UTC</value>
        </property>
        <property>
         <name>useTimezone</name>
         <value>true</value>
        </property>
        <property>
         <name>useSSL</name>
         <value>true</value>
        </property>
        <property>
            <name>fish.payara.slow-query-threshold-in-seconds</name>
            <value>5</value>
        </property>
        <property>
            <name>fish.payara.log-jdbc-calls</name>
            <value>true</value>
        </property>
        <property>
            <name>fish.payara.is-connection-validation-required</name>
            <value>true</value>
        </property>
        <property>
            <name>fish.payara.connection-validation-method</name>
            <value>custom-validation</value>
        </property>
        <property>
            <name>fish.payara.validation-classname</name>
            <value>org.glassfish.api.jdbc.validation.MySQLConnectionValidation</value>
        </property>
    </data-source>
</web-app>

Como vamos utilizar as APIs Java Persistence (JPA) e Java Transaction (JTA), precisamos criar o arquivo persistence.xml e informar o nome do datasource criado no web.xml:

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<persistence version="2.1"
 xmlns="http://xmlns.jcp.org/xml/ns/persistence"
 xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"
 xsi:schemaLocation="http://xmlns.jcp.org/xml/ns/persistence http://xmlns.jcp.org/xml/ns/persistence/persistence_2_1.xsd">

 <persistence-unit name="livrosDataSourcePU" transaction-type="JTA">
  <jta-data-source>java:global/livrosDataSource</jta-data-source>
  <exclude-unlisted-classes>false</exclude-unlisted-classes>
  <properties>
   <property
    name="javax.persistence.schema-generation.database.action"
    value="create" />
  </properties>
 </persistence-unit>
</persistence>

Crie agora 2 pacotes chamados com.app e outro com.entidades. No pacote entidades crie a classe Livro

//imports omitidos...

@Entity
@Table(name = "LIVROS")
@XmlRootElement
@NamedQuery(name = "Livro.buscarTodos", query = "SELECT l FROM Livro l")
public class Livro implements Serializable{
 
 private static final long serialVersionUID = 1L;

 @Id @Basic @NotNull
 private Long id;
 
 private String nome;
 
 private int numeroPaginas;
 
 private double preco;
 
 @Temporal(TemporalType.DATE)
 private Date publicacao;

    //getters, setters, equals e hashCode omitidos...
}

No pacote app configuramos o web service REST. Primeiro criamos a classe AplicationConfig. Nela definimos que os serviços poderão ser invocados quando houver a palavra rest na URL do  browser:

package com.app;

import java.util.Set;
import javax.ws.rs.core.Application;

@javax.ws.rs.ApplicationPath("rest")
public class ApplicationConfig extends Application{
 
 @Override
 public Set> getClasses() {
  Set> resources = new java.util.HashSet<>();
  resources.add(LivrosREST.class);
  return resources;
 }
}

E agora crie a classe LivrosREST, a qual será o web service propriamente dito, que retorna ao cliente os livros disponíveis:

//imports e package omitidos...

@Stateless
@Path("livros")
public class LivrosREST {

 @PersistenceContext(unitName = "livrosDataSourcePU")
 private EntityManager em;

 @GET
 @Produces({ MediaType.APPLICATION_XML, MediaType.APPLICATION_JSON })
 public List findAll() {
  
  List livros = null;
  try {
   TypedQuery query = em.createNamedQuery("Livro.buscarTodos", Livro.class);
   livros = query.getResultList();
  }
  catch (NoResultException e) {
  }
  return livros;
 }
}

Nosso projeto já está pronto. Clique com o botão direito do mouse na pasta raiz do projeto, navegue pelas opções run/run as/maven install:


Após executar esse comando, repare que no log do eclipse aparece o caminho completo para onde foi gerado o arquivo .war. Selecione e copie esse caminho:


Agora vamos publicar o serviço. Vá para a pasta onde você salvou o arquivo jar do Payara Micro. Como foi dito no começo deste artigo, execute como um arquivo jar qualquer, e utilizamos o comando --deploy passando como parâmetro o arquivo .war que acabamos de gerar. Abra o prompt de comando e execute o seguinte comando:

java -jar  payara-micro-5.182.jar --deploy /home/rafael/eclipse-workspace/BookService/target/BookService-1.0.war

Ao final do log do servidor, aparece a URL do serviço publicado. A porta default é 8080:


Como a tabela do banco está vazia, ao acessar essa URL não teremos nenhum retorno. Como teste execute o seguinte script sql no seu banco de dados:

insert into LIVROS values (1, 'Pro Spring 5', 600, 25.99, '2010-05-25');
insert into LIVROS values (2, 'Java How to Program', 1200, 10.50, '1999-06-30');
insert into LIVROS values (3, 'JSP Design Patterns', 450, 1.99, '2001-11-28');
insert into LIVROS values (4, 'OCP Certification Guide', 900, 25.99, '2012-05-05');
insert into LIVROS values (5, 'Java EE 7', 600, 5.00, '2016-01-02');

Agora sim. Acesse novamente a URL http://localhost:8080/BookService-1.0/rest/livros e veremos a resposta sob a forma de um arquivo xml:


Na segunda parte deste post criamos uma aplicação cliente que acessa esse serviço.


       

Monday, August 20, 2018

Sorteado de Agosto Curso JEE JavaMail

O arquiteto Java Fernando Franzini tem sorteado cursos gratuitos de algumas APIs do Java EE no seu blog!


Friday, August 10, 2018

Layouts no JavaFX (parte 1)

JavaFX é uma API Java para construir aplicações com recursos avançados de interface gráfica com o usuário que rodam em uma variedade de dispositivos, desktop, mobile ou web.

Os componentes ou controles de interface gráfica podem ser os mais variados, como figuras geométricas, botões, tabelas, editores de texto, imagens, etc. Antes de iniciar a construção de uma tela, você precisa saber como irá dispor esses componentes na tela. Componentes indevidamente alinhados podem aumentar a curva de aprendizado do software e isso não é desejável em nenhum sistema.

Layout Managers

A forma como os controles de interface estão dispostos na janela é chamada de layout. A classes do JavaFX que servem de container para os demais controles da tela são chamadas de layout managers
e os controles nela incluídos são chamados de filhos ou children, eles podem ser adicionados ou removidos do container a qualquer momento. O que diferencia cada layout manager do outro é a forma como ele expões os children. Nessa primeira parte analisamos 5 layout managers: FlowPane, BorderPane, HBox, VBox e StackPane. Todos do pacote javafx.scene.layout.

FlowPane

FlowPane deixa os controles flutuarem ou se auto-ajustarem de acordo com os limites da janela ou do container. Por defualt, havendo espaço, os controles vão sendo expostos horizontalmente. Abaixo um código de exemplo de um FlowPane com três botões e dois radio buttons.
    
package _01flow;

import javafx.application.Application;
import javafx.geometry.Pos;
import javafx.scene.Scene;
import javafx.scene.control.Button;
import javafx.scene.control.RadioButton;
import javafx.scene.control.ToggleGroup;
import javafx.scene.layout.FlowPane;
import javafx.stage.Stage;

public class Main extends Application {

 public static void main(String[] args) {  
  launch(args);
 }

 @Override
 public void start(Stage primaryStage) throws Exception {

  ExemploFlowPane exemplo = new ExemploFlowPane();
  
  Scene scene = new Scene(exemplo.flowPane);  
  primaryStage.setScene(scene);
  primaryStage.setTitle("Exemplo Flow Pane");  
  primaryStage.setWidth(300);
  primaryStage.setHeight(200);
  primaryStage.show();    
 }

 public class ExemploFlowPane {

  public FlowPane flowPane;
  
  public ExemploFlowPane() {

   Button left = new Button("left");
   Button center = new Button("center");
   Button right = new Button("right");
   ToggleGroup group = new ToggleGroup();
   RadioButton rd1 = new RadioButton("option 1");   
   RadioButton rd2 = new RadioButton("option 2");
   rd1.setToggleGroup(group);
   rd2.setToggleGroup(group);

   flowPane = new FlowPane(8,8);
   flowPane.setAlignment(Pos.CENTER);   
   flowPane.getChildren().addAll(left, center, rd1, rd2, right);
   
   left.setOnAction(e -> flowPane.setAlignment(Pos.CENTER_LEFT));
   center.setOnAction(e -> flowPane.setAlignment(Pos.CENTER));
   right.setOnAction(e -> flowPane.setAlignment(Pos.CENTER_RIGHT));  
  }
 }
}
    


Ao redimensionar a janela, os controles mudam a disposição

Com FlowPane, os componentes são realinhados a medida que o espaço se altera.

BoderPane

BorderPane é um layout divido em cinco regiões: Norte, Sul, Oeste, Centro e Leste:


Assim, você só pode inserir os componente em uma dessas regiões. O exemplo abaixo coloca um botão em cada uma das regiões. Em cada botão é registrado o evento de desaparecer quando clicado, deixando vazio o espaço que ele ocupa no BorderPane:
    
package _02borderPane;

import javafx.application.Application;
import javafx.event.ActionEvent;
import javafx.event.EventHandler;
import javafx.scene.Scene;
import javafx.scene.control.Button;
import javafx.scene.layout.BorderPane;
import javafx.stage.Stage;

public class Main extends Application {

 public static void main(String[] args) {
  launch(args);
 }
 
 @Override
 public void start(Stage primaryStage) throws Exception {
 
  ExempĺoBorderPane exemplo = new ExempĺoBorderPane();
  Scene scene = new Scene(exemplo.borderPane);  
  primaryStage.setScene(scene);
  primaryStage.setTitle("Exemplo Border Pane");  
  primaryStage.setWidth(500);
  primaryStage.setHeight(500);
  primaryStage.show(); 
 }
 
 public class ExempĺoBorderPane implements EventHandler{
  
  public BorderPane borderPane = new BorderPane();
  String[] names = {"Hide North", "Hide South", "Hide East", "Hide West", "Hide Center"};
  Button[] buttons = new Button[5];
    
  public ExempĺoBorderPane() {

   for(int i = 0; i < names.length; i++) {
    buttons[i] = new Button(names[i]);
    buttons[i].setOnAction(this);
    buttons[i].setMaxHeight(Double.MAX_VALUE);
    buttons[i].setMaxWidth(Double.MAX_VALUE);
   }
   borderPane.setTop(buttons[0]);
   borderPane.setLeft(buttons[3]);
   borderPane.setCenter(buttons[4]);
   borderPane.setRight(buttons[2]);
   borderPane.setBottom(buttons[1]);
  }

  @Override
  public void handle(ActionEvent event) {

   for(Button button : buttons) {
    
    if(event.getSource() == button)
     button.setVisible(false);
    else
     button.setVisible(true);
   }
  }
 }
}
    

O espaço central vazio

HBox


O Layout HBox alinha os controles em uma linha horizontal ilimitada. No exemplo a seguir o evento do botão vai adicionando novos botões no HBox inicialmente vazia:

package _03HBox;

import javafx.application.Application;
import javafx.scene.Scene;
import javafx.scene.control.Button;
import javafx.scene.layout.BorderPane;
import javafx.scene.layout.HBox;
import javafx.stage.Stage;

public class Main extends Application{

 public static void main(String[] args){
  launch(args);
 }

 @Override
 public void start(Stage primaryStage) throws Exception {

  ExemploHBox exemplo = new ExemploHBox();
  Scene scene = new Scene(exemplo.root);  
  primaryStage.setScene(scene);
  primaryStage.setTitle("Exemplo HBox");  
  primaryStage.setWidth(800);
  primaryStage.setHeight(200);
  primaryStage.show();
 }
 
 public class ExemploHBox{
    
  public HBox hBox;
  public BorderPane root;
  Button add;
  
  public ExemploHBox() {
  
   hBox = new HBox(5);
   root = new BorderPane();
   add = new Button("Add to Box");
   add.setOnAction(e -> hBox.getChildren().add(new Button("new element")));   
   root.setBottom(add);
   root.setCenter(hBox);   
  }
 }
}    




VBox

O layout VBox é como o HBox, porém com alinhamento verttical dos controles. No exemplo anterior, susbtitua HBox por VBox e o resultado é o que segue:


StackPane

StackPane empilha os controles em uma estrutura LIFO (Last In First Out), último que entra é o primeiro que sai. Dessa forma o último controle inserido é o que fica no topo. Geralemtne no uso de StackPane somente controle no topo deve ficar visível. No exemplo abaixo empilhamos no StackPane todos os layouts criados anteriormente, de modo que só o que está no topo fica visível. O botão next dispara um evento que manda o primeiro elemento da pilha para o final, deixando o próximo visível:
    
package _05StackPane;

import _01flow.Main.ExemploFlowPane;
import _02borderPane.Main.ExempĺoBorderPane;
import _03HBox.Main.ExemploHBox;
import _04VBox.Main.ExemploVBox;
import javafx.application.Application;
import javafx.collections.ObservableList;
import javafx.scene.Node;
import javafx.scene.Scene;
import javafx.scene.control.Button;
import javafx.scene.layout.BorderPane;
import javafx.scene.layout.StackPane;
import javafx.stage.Stage;

public class Main extends Application {

 @Override
 public void start(Stage primaryStage) throws Exception {
  
  ExemploStackPane stackPane = new ExemploStackPane();
  Scene scene = new Scene(stackPane.boderPane);
  primaryStage.setScene(scene);
  primaryStage.setTitle("Stack Pane");
  primaryStage.setWidth(600);
  primaryStage.setHeight(600);
  primaryStage.show();
  
 }

 public static void main(String[] args) {
  // TODO Auto-generated method stub
  launch(args);
 }
 
 class ExemploStackPane{
  
  StackPane stackPane;
  BorderPane boderPane = new BorderPane();

  public ExemploStackPane() {
  
   stackPane = new StackPane();
   ExemploFlowPane exemploFlowPane = new _01flow.Main().new ExemploFlowPane();
   ExempĺoBorderPane exempĺoBorderPane = new _02borderPane.Main().new ExempĺoBorderPane();
   ExemploHBox exemploHBox = new _03HBox.Main().new ExemploHBox();
   ExemploVBox exemploVBox = new _04VBox.Main().new ExemploVBox();
   
   stackPane.getChildren().add(exemploFlowPane.flowPane);
   stackPane.getChildren().add(exempĺoBorderPane.borderPane);
   stackPane.getChildren().add(exemploHBox.root);
   stackPane.getChildren().add(exemploVBox.root);   
   
   stackPane.getChildren().forEach(node -> node.setVisible(false));
   
   Button button = new Button("next");
   button.setOnAction(e -> {
    ObservableList list = stackPane.getChildren();
    Node top = list.get(list.size() - 1);
    Node newTop = list.get(list.size() - 2);    
    top.setVisible(false);
    top.toBack();    
    newTop.setVisible(true);    
   });
   
   boderPane.setCenter(stackPane);
   boderPane.setBottom(button);
  } 
 }
}
    



Na segunda parte deste post, analisamos o AnchorPane, GridPane, TilePane e BorderImage.